Queridos pais e pacientes, sei que a jornada até encontrar um profissional adequado para o tratamento do Autismo é longa e muitas vezes solitária. Minha missão é realizar acolhimento, diagnóstico correto e terapêutica baseada nas mais recentes evidências sobre o tema. Sou neurologista com mais de 10 anos de experiência, e um médico especialista é o ponto central para guiar a família do Autista. É ele que irá avaliar adequadamente, propor as terapêuticas, orientar os pais em manejos comportamentais e direcionar os demais profissionais envolvidos no tratamento.
Agradeço por me escolherem para iniciarmos essa jornada.
O que é o Autismo?
O autismo é um jeito diferente de experimentar o mundo. Envolve desafios na comunicação e interação social, não necessariamente com alteração na fala e sim dificuldades em se conectar com os outros, além de padrões repetitivos de comportamento, como movimentos específicos (balançar o tronco, chacoalhar os braços, girar em torno de si, etc), interesses intensos (por certas atividades ou brinquedos) e alterações sensoriais (maior incômodo com ruídos, com alguns tecidos de roupas, texturas de alimentos).
No Espectro do Autismo:
Cada pessoa é única, e o autismo é um espectro. Isso significa que, embora todos enfrentem desafios semelhantes, a intensidade varia. O espectro abrange desde dificuldades sociais na adolescência até comportamentos específicos na vida adulta.
Desafios Sociais na Adolescência:
Durante a adolescência, a interação social pode se tornar um desafio. A vontade de se encaixar é forte, mas a dificuldade em fazer parte de grupos pode gerar ansiedade e depressão. O bullying é comum, aumentando o risco de problemas mais sérios.
Vida Adulta no Espectro:
Na idade adulta, características como falar sobre um tópico por muito tempo e dificuldades em perceber o impacto das palavras podem se tornar evidentes. Rotinas rígidas são comuns, e imprevistos podem causar desconforto.
Desafios do Não Diagnóstico Adequado:
Quando o autismo não é compreendido, os tratamentos podem ser inadequados, levando a desafios sociais, familiares e profissionais. Muitas vezes, são prescritos medicamentos para depressão e ansiedade, sem abordar as peculiaridades do TEA - Transtorno do Espectro Autismo.
Como Podemos Ajudar:
É fundamental entender a singularidade de cada pessoa no espectro autista para, desta forma, poder oferecer suporte personalizado, desde a infância até a idade adulta, promovendo uma vida plena e integrada.
O diagnóstico do Autismo é clínico, sendo realizado com uma abordagem centrada na observação e compreensão do comportamento do indivíduo.
Ao contrário de muitas condições médicas, não há testes específicos, como exames de sangue ou de imagem, para confirmar o diagnóstico do autismo.
Profissionais altamente treinados e especializados, realizam uma avaliação detalhada com base na história clínica do paciente.
Essa avaliação segue os critérios específicos estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quinta Edição (DSM-5), que é uma referência amplamente reconhecida na área de saúde mental.
Durante essa avaliação, são observados comportamentos, interações sociais, comunicação verbal e não verbal, padrões de interesse e atividades repetitivas.
A minuciosidade dessa análise permite uma compreensão abrangente sobre o paciente.
Essa abordagem clínica é crucial para considerar a complexidade e a variabilidade do espectro autista, reconhecendo que cada pessoa pode apresentar características únicas.
O trabalho de investigação do Autismo em crianças é feito em conjunto com os pais.
Entrevista com os pais da criança.
Análise de vídeos dos comportamentos da criança em sua casa e em momentos de socialização.
Revisão de laudos de outros profissionais, incluindo relatório escolar.
Exame neurológico da criança com avaliação de seu repertório social, funcionalidade e escalas de desenvolvimento.
Laudo médico com programação terapêutica, contemplando relatório para convênio, escola e demais profissionais.
Orientação dos Pais sobre manejos comportamentais.